sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Denúncias de violência contra o idoso crescem 25% em Pernambuco

Dado é do Disque-Denúncia, que só em setembro recebeu 1.054 queixas.
Polícia diz que maus-tratos e apropriação de bens são crimes mais comuns.

Delegado se ampara no Estatuto do Idoso para impedir impunidade. (Foto: Luna Markman/ G1)
Delegado Eronildo Farias se ampara no Estatuto do Idoso
para impedir impunidade (Foto: Luna Markman/ G1)

Filho alcoolizado bate em mãe de 87 anos, em Paulista, no Grande Recife. Vizinhos denunciam que mulher de 80 anos passa o dia sentada numa cadeira e está cada vez mais magra, na Iputinga, Zona Norte da capital. Dona de casa de 82 anos acusa filha de furtar R$ 3 mil que guardava embaixo do guarda-roupa, em Olinda. Esses são alguns dos casos de violência registrados apenas nesta quarta-feira (2), na Delegacia da Pessoa Idosa, Centro da capital. Cenas de desrespeito que, cada vez mais, viram queixas policiais e confirmam um triste levantamento divulgado pelo Disque-Denúncia: o aumento de 25% nas ocorrências contra idosos em Pernambuco.

Até setembro deste ano, o Disque-Denúncia recebeu 1.054 ligações anônimas sobre casos de violência contra pessoas com mais de 60 anos, número 25% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram feitas 840 denúncias. Os números também cresceram na Delegacia da Pessoa Idosa, localizada no bairro da Boa Vista. A especializada atende prioritariamente ao Recife, mas eventualmente também chegam casos da Região Metropolitana e interior de Pernambuco. E eles vêm não só pelo registro do Boletim de Ocorrência (BO), mas em denúncias anônimas ou não, por telefone, e-mail, carta, além de repasses do Disque-Denúncia, Disque Direitos Humanos (Disque 100), Ministério Público, unidades de saúde, órgãos e entidades.

Na unidade policial especializada, até setembro passado, foram registrados 670 BOs contra 580 anotados no mesmo período de 2012. Todos eles de moradores do Recife. De outras cidades, foram 114 BOs este ano. São casos de descriminação, negligência, abandono, maus-tratos, autorização indevida de procuração e apropriação ou desvio de bens. "Os idosos não aceitam mais violência e estão mais conscientes que podem buscar ajuda, a própria sociedade não permite mais impunidade e o poder público precisar dar essa resposta. Acredito que as denúncias aumentaram pela soma desses fatores", disse o delegado do Idoso, Eronildo Farias.

Violência doméstica 

Farias é titular da delegacia desde quando foi criada, em 2007, e que continua sendo a única do estado. Ele conta que os casos mais comuns são de maus-tratos físicos e psicológicos e apropriação ou desvio de bens. A maior parte deles ocorre dentro do ambiente familiar. Mulheres são as principais vítimas. Já os homens são os que mais agridem, e geralmente filhos e netos são os que comentem a violência. "Conflitos interpessoais são normais, mas quando ensejam agressão viram a maior causa de desrespeito à pessoa idosa. Vejo que muitas vezes o uso de drogas está relacionado às discussões e brigas", afirmou o delegado.

A maioria dos procedimentos instaurados vira Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), já que as penas são inferiores a dois anos de reclusão. A Delegacia do Idoso funciona dentro do Centro Integrado de Cidadania, que fica na Rua da Glória, n° 301, das 8h às 18h. O telefone é (81) 3184-3769. No local, também estão escritórios do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Juizado Especial Criminal do Idoso. Já o número do Disque-Denúncia é o (81) 3421-9595. No interior, a central atende pelo (81) 3719-4545. As denúncias também podem ser feitas no site do serviço. O anonimato é garantido.

fonte: http://g1.globo.com/

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